sexta-feira, 22 de outubro de 2010

1 I can wait forever.


Peguei o celular que estava em meu bolso para conferir as horas, com a tola esperança de que os minutos voltassem ao invés de passar. Infelizmente isso não estava acontecendo. Cada minuto que se passava era uma faca que se atravessava em meu peito.  Ele estava atrasado. Muito atrasado. E eu estava de pé, esperando-o. Até pensei que poderia estar no lugar errado, na hora errada ou até no dia errado. Porém sabia que assim só iria me enganar. Eu estava esperando na frente do museu da cidade à cerca de meia-hora. Estava arrasada, sentei-me nas escadas brancas e úmidas daquele velho museu e baixei a cabeça. Havia chovido recentemente,mas naquele momento havia uma chuva forte com trovoadas dentro de mim.  Estava despedaçada, meu coração doía e lágrimas brotavam de meus olhos como cachoeiras. Por que o amor dói tanto? Por que sempre temos que amar alguém que não nos ama? Por que? Por que? São tantas perguntas sem resposta. A única coisa que podemos fazer é sofrer em silêncio. A noite caía,mas eu não tinha coragem de me dar por vencida e voltar para casa sozinha, no frio. Anteriormente quando havia ido àquele museu,me parecia um lugar bonito e agradável,com árvores vivas e folhas pelo chão. Agora tudo isso parecia macabro. Não conseguia pensar em nada bom até que um suave cheiro de tulipas invadiu minhas narinas. Eram minhas flores preferidas desde muito tempo. Me faziam sentir bem. Olhei para cima e encontrei aqueles olhos que tanto me faziam bem, e que no momento,tanto me fizeram chorar. Aqueles olhos encaravam os meus de um jeito terno. Era ele. Ele havia trazido tulipas amarelas para mim.
- Me desculpe o atraso. - falou com uma expressão triste, entregando-me as tulipas e puxando-me pelas mãos para que eu ficasse de pé.
Estávamos tão perto e ao mesmo tempo tão longe,eu ainda estava magoada. Podia sentir sua respiração quente e ofegante em meus lábios. Ele havia corrido para chegar lá. Ele percebeu que eu estava chorando e secou minhas lágrimas com seus dedos. Lancei-lhe um olhar triste, fazendo-lhe abrir seus braços e aninhar-me em um abraço confortável. Seu coração estava batendo tão forte quanto o meu. Afastei-me um pouco para olhar em seus olhos.
- Não chore, eu te amo. - sorriu e então beijou-me. Primeiro suavemente,nossos lábios mal se tocaram,mas depois parecia que precisávamos daquilo. Soltei as tulipas de minhas mãos e elas caíram suavemente no chão ainda úmido. Abracei-o forte e um sorriso formou-se em meus lábios.
Agora eu estava feliz.
Por: Maria Carolina

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